Entre cinema e política: Salve Geral

Depois que escrevi o post abaixo, li alguns outros textos aqui e acolá de blogs de cinema que também apontavam limitações para Salve Geral, filme que irá representar o Brasil na categoria Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2010.

Sem criar conspirações ou ser contra a escolha, resolvir escrever este post  para compartilhar uma suposição daquilo que seria uma justificativa da escolha de Salve Geral.

Vamos aos fatos. Ano que vem teremos eleições à Presidência da República. Ao que tudo indica, Dilma Roussef será a candidata do PT e José Serra do PSDB. A gente sabe que em política tudo é possível, e se surge uma oportunidade de denegrir a imagem do adversário porque não fazê-la, não é mesmo? No jogo sujo da política, vale tudo.

Pois então. Salve Geral mostra muito claramente a ineficiência da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo em conter as rebeliões que se instauraram nos presídios paulistas. Subestimou o poder dos ladrões e depois, segundo o que aponta o filme,  teve que negociar com os mesmos. Vexame total! Esta Secretaria é subordinada ao Governo do Estado, que em maio de 2006,  era comandado pelo tucanos, na figura do ex-vice governador  Claudio Lembo, em substituição a Geraldo Alckmin, que deixou o cargo para disputar as eleições presidenciais no final de 2006. 

Pois bem, a escolha do filme que irá representar o Brasil no Oscar é de responsabilidade do Ministério da Cultura, subordinada ao Governo Federal do PT. Aí, fica a pergunta: o Ministério da Cultura teria escolhido Salve Geral justamente para refrescar na memória dos eleitores o episódio vexatório que conseguiu fazer de São Paulo, uma cidade de mais de 10 milhões de habitantes refém de bandidos? Porque depois da escolha de Salve Geral é natural que aumente o interesse para ver o filme e uma ótima oportunidade de sugerir ao  leitor uma melhor reflexão na escolha do candidato.

Pode ser que seja apenas alucinação minha. Pode ser que eu esteja correto. O que você acha? Compartilhe sua opinião. Quem ainda não viu, acho que é um boa oportunidade, porque independente de ter sido eleito para representar o Brasil no Oscar, Salve Geral é um bom filme. Tem cenas de ações bem feitas e traz algumas questões interessantes para serem discutidas.

Em seu blog, Paulo Amorim reflete algo parecido. Leiam!

6 Responses to Entre cinema e política: Salve Geral

  1. Vinícius P. disse:

    Pode até existir uma conexão sim, mas acredito que a escolha do longa tenha sido baseada em outros critérios. Nesse ano, a competição não oferecia nenhum longa que realmente sobressaísse aos demais (já que “À Deriva” estava de fora), portanto a escolha foi até justificável.

  2. • CleBeR! disse:

    Justificavel, porém falivel. È quase certo (pelo menos pra mim), que o Brasil já está fora!

  3. luis galvão disse:

    é claro que o que você falou faz mais do que sentido. acho que tudo que acontece no Brasil, é por algum motivo, seja o ‘vazamento’ (para mim tramado) do nosso Enem – rsrsr – ou essa escolha para representar-nos no Oscar. Mas foi como o Vinicius disse, não tinha nenhum que fosse melhor que todos, e ainda mais com essa ‘denúncia’ relembrada, o governo decide matar dois colheos com uma cajadada só. – rrsrs

  4. Não dava nada por ele, mas até que me agradei

  5. Pedro Tavares disse:

    Sabe o que é pior? É que o filme do Lula certamente será o representante do Brasil no Oscar de 2011. O filme teve a maior ajuda por editais registrada pelo governo (pq será?)e nem “Tropa de Elite 2”, por exemplo, vai tirar esse caminho internacional do filme do Fabio Barreto.

  6. Jeniss Walker disse:

    de fato, pode haver sentido nisso que tu falas. ainda sim, é uma pena a pouca eficiencia no comitê organizador dos selecionados brazucas. não é de hoje que escolhem filmes com poucas chances de ganhar premios afora. não assisti o filme ainda.
    🙂

Deixe um comentário