Só para quem JÁ assistiu ANTICRISTO

AVISO: Se você não assistiu Anticristo e não quer estragar a surpresa, por favor, acerte o mouse na barra de rolamentos à direita, feche os olhos e desça para o próximo post. ;D

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Quem assistiu ‘Anticristo’ deve ter se lembrado, ao menos de leve, do filme ‘O Iluminado’ de Stanley Kubrick. A personagem de Charlotte Gainsbourg apresenta algumas semelhanças com Jack Torrance, vivido por Jack Nicholson. Vamos a elas:

– O meio isolado altera a percepção de realidade dos personagens. Aconteceu com Jack no Overlook Hotel, aconteceu com Charlotte no Éden.

– Neste mudança de percepção, a personalidade de seus personagens altera de forma bipolar. Ambos parecem ser possuídos por espíritos externos, mas de vez em quando, apresentam surtos de lucidez e se arrependem temporariamente do que fazem.

– A caça de suas vítimas em meio a neblina é tensa, cheia de suspense e bastante semelhantes, apesar de contextos diferentes.

– A loucura do personagem vai se desenvolvendo com o roteiro. A ideia primária que o telespecatador tem do personagem é totalmente invertida.

– O final é aberto e deixa a conclusão para o telespectador.

Você concorda com essas correlações? Existe  mais alguma que possam aproximar nossos “heróis” do suspense psicológico?

39 Responses to Só para quem JÁ assistiu ANTICRISTO

  1. Greta Nogueira disse:

    Eu não concordo em nada. Acho que vc precisa ver o filme de novo. O personagem da Chjarlotte é ruim por natureza, e tenta esconder isso do marido o tempo todo, o manipulando. Até que vai para a floresta e a floresta que é o oposto da mulher faz com que tudo de ruim que existe nela desperte. No filme do Kubrick, Jack não é ruim, mas fica artodoado com o espaço e é influenciado por espiritos. No filme de Lars von Trier, nada tem a ver com espiritos ou Deus… ele diz que o mal é humano.

  2. cinebuteco disse:

    Oi Greta,

    Obrigado por seu comentário!

    Vamos a algumas considerações. Se você reparar melhor, a personagem de Charlotte não é má, pelo menos no início do filme. O desespero pela perda do filho não me parece ser de gente “ruim por natureza”, ou seja, não parecia dissimulada, parecia mais possuir uma personalidade conturbada, agravada depois de se isolar na cabana junto ao filho, onde se aprofunda nos estudos sobre feminicídio. (aí talvez a sugestiva ideia de estar possuída por espíritos – leia novamente o post: “…Ambos parecem ser possuídos por espíritos externos…”) reforçando PARECEM; não afirmei nada. Em O Iluminado, Jack Torrance não é diretamente influenciado por espíritos. Ele supostamente fica louco naquele ambiente soturno, cheio de fatos do passado.

    A floresta parece sim despertar toda a maldade existente na personagem de Charlotte. Ela mesma diz em uma passagem: “A natureza é a igreja do satanás”. Não quero aqui dizer se o que ela falou é certo ou errado, mas pelo filme parece que aquele lugar onde chamam de ÉDEN é sim marcado por mistério porque caso contrário o personagem de Willem Dafoe não teria visto (ou teria sido alucinações?) da raposa falando com ele ou a ave negra que insiste em sobreviver mesmo em constante agressões.

    Acho que o filme abre espaços para diversas interpretações. A mim, pelo menos, alguns aspectos da personagem Charlotte em Anticristo tiveram vagas semelhanças com Jack Torrance O Iluminado sim.

  3. […] Veja também esta interessante postagem do CineButeco, que compara Anticristo a O […]

  4. oembasbacado disse:

    Belas comparações entre os personagens. De um ponto de vista objetivo, elas são procedentes mesmo.

    Spoilers!!!!
    Mas do ponto de vista subjetivo, a mensagem que fica patente é a maldade intrínseca de Charlotte. Aliás, a maldade do ser humano, que Von Trier enxerga de um ponto de vista Hobbesiano. Não há como negar a maldade de Charlotte, que tortura o filho com os sapatos ao contrário e não faz nada ao vê-lo em direção à janela. O interessante é que neste ponto Charlotte está fazendo sexo e parece não querer interromper seu momento de prazer para socorrer ao filho. Especulando, Von Trier estaria aproximando o sexo e o mal?

  5. cinebuteco disse:

    Boa obervação Renan!
    Não tinha pensado nisso antes. Mas uma dúvida ainda paira na minha cabeça: Charlotte sempre foi ruim ou começou a ficar depois que conheceu mais sobre feminicídio aliado a isso uma série de circunstâncias do subconsciente perturbado da personagem num lugar bonito, porém misterioso… Gosto de filmes que provocam o debate! Não é por acaso que o blog se chama CINEBUTECO… quer lugar melhor para discussões acaloradas sobre diversos pontos de vistas de um mesmo assunto? hehehe.
    Obrigado por seu comentário.

  6. oembasbacado disse:

    Pois bem, acho que saber se Charlotte era má ou se ficou má é uma das questões impossíveis de ser respondidas com certeza. Eu acho que ela sempre foi má, porque vi um filme como um tratado sobre a maldade inerente ao ser humano. Enfim, Von Trier sabe muito bem como alimentar debates…

    Abraços,
    Renan

  7. Thiago disse:

    Opa, não vi o filme, mas to por aqui, rs. Obrigado pelo comentário la no blog, e realmente, a maquiagem dos vampiros de “Lua Nova” está muito boa, estão sinistros. Abraço e boa semana.

  8. eduardo disse:

    Não dá pra comparar. O Iluminado é muito mais filme que esse Anticristo aí.

  9. cinebuteco disse:

    Oi Eduardo,

    A comparação é com relação aos personagens. Não há sombras de dúvidas que O Iluminado é infinitamente melhor que Anticristo.

  10. Greta Nogueira disse:

    Spoilers!!!

    Eu acho que ela é ruim desde o começo, já na primeira cena quando eles fazem sexo, os sapatos do meninos já estão trocados no chão do quarto, isso mostra que ela torturava o próprio filho, e isso prejudicou a formação de seus pés.

    Concordo que a Floresta disperta o mal, mas não dessa form que vc disse. Na minha leitura a floresta é como um santuário, não a toa, chamado de Eden. A floresta é um lugar bom, oposto a natureza de maldade da mulher, e por isso a mulher se senti incomodada no lugar, seus pés queimam. Quando ela diz “natureza é a igreja de Satan” está falando da natureza humana, que é ela própria… E a floresta está sempre tentando penetrar no homem, para avisá-lo do que está acontecendo, por isso inclusive a fala da raposa.

    O interessante desse filme, é extamanete isso, concorda? Como podemos achar várias explicações e debter sobre elas.

    parabéns pelo post!

  11. cinebuteco disse:

    Exatamente Greta,

    Achei bem válidas suas considerações! E o legal do filme é justamente esse… desmebrá-lo em várias possibilidades.

    Obrigado, apareça sempre!

  12. Renan disse:

    Realmente, apesar de não parecer tanta relação entre os dois personagens olhando mais a fundo, podemos notar essas semelhanças. To gostando do debate pelos comentários e pelo meu ponto de vista ela começou a demonstrar esse lado mal, quando ela viajou com o filho para o Éden para terminar a tese dele, pois foi nessa época que começaram as torturas com o filho, e outro fato que me deixa curioso é o choro de criança que ela ouve e acredita ser do Nic.
    Com certeza preciso assistir ao filme novamente.

  13. cinebuteco disse:

    hehehe, exatamente… vou seguir o conselho da Greta e vou assistir o filme novamente. Quem sabe eu tenha uma outra visão do filme.

  14. Dewonny disse:

    É, depois q ver o filme eu volto pra ler esse post e o outro da crítica com a nota 9..

  15. Eduardo Ribeiro disse:

    Pessoal, acabo de ver o filme e como já era de se esperar, a cabeça está fervilhando. Fui rever novamente a cena inicial e queria destacar alguns pontos curiosos que reparei:

    1. O comunicador do bebê com os pais está no silencioso. O garotinho bate com o urso no “telefone” que chamaria os pais.

    2. No final do filme, a mulher diz que sempre que os 3 mendigos aparecem, alguém tem que morrer. Reparem no nome dos soldadinhos de chumbo do neném. “Pain, Grief e Despair”.

    3. Como já foi mencionado aqui, os sapatos invertidos.

  16. cinebuteco disse:

    Olá Eduardo,

    Interessantes pontos captados, hein! Eu acho o início tão, mas tão bonito que assisti de novo e só fiquei contemplando a plasticidade das imagens, não tinha percebido os nomes dos soldadinhos… Bela observação… Abs!

  17. Vinícius disse:

    Não vejo relação entre os dois, eles falam sobre coisas diferentes. Anticristo fala sobre a natureza humana ser maligna, a mulher representa isso desde o começo. Não acho que ela passa por um momento de transformação.

  18. Vinícius disse:

    Somente se olhar muito superficialmente você acha que as duas personagens são parecidas.

  19. cinebuteco disse:

    Oi Vinícius,
    A comparação é feita entre os personagens e não entre os filmes, de qualquer modo, respeito sua opinião de não achar parecidos.

  20. marcos santos disse:

    Assisti o filme e pude perceber que o ser humano possui determinados momentos de insanidade. Importante ressaltar que Charlotte é desiquilibrada e não consegue conviver com a realidade e a perda do filho. A tortura com o proprio filho pode ser uma resposta de uma depressão pós-parto, algo muito comum nas mulheres. Mas o filme é interessante e nos instiga a vermos o ser humano como alguém falho.

  21. Dan disse:

    Ola. Fotografia e trilha sonora impecavel. A interpretacao da Charlotte foi classica. Aplausos ao Willem Dafoe (ele consegue – ele pode – sempre). Ainda me pego pensando na mistura de tantos temas abordados num unico filme (termos psicologicos e psiquiatricos, fases do luto, alucionacoes, a natureza, a mulher, atos de tortura, excesso de sexo…muita informacao!!!). Adorei. Abraco.

  22. cinebuteco disse:

    Marcos,
    O desfecho em aberto sugerido por Lars Von Trier nos permite fazer inúmeras interpretações de Anticristo. Acho que aí está o mérito do filme.

    Daniel,
    Legal ler você por aqui. Concordo contigo que o casal esteve em uma sintonia belíssima durante o filme todo e o resultado é surpreendente… Eu gostei muito de Anticristo principalmente pelo fato de unir tantos temas abstratos e por conta disso oferecer muitos pontos de vistas. Apareça mais! Abraços 😉

  23. Diego disse:

    Sobre os 3 mendigos, observo relação entre os 3 animais e os nomes dos 3 soldadinhos de chumbo: desespero(viado) sofrimento(ave) dor(raposa). Cada um em momento distinto no fime. Estou tentando entender no entanto a cena final (mulheres subindo o morro): Qual a sua opinião sobre o significado?

  24. Diego disse:

    Outro detalhe: A mulher diz que quando os 3 mendigos aparecem alguém precisa morrer. Fato que se consuma quando os 3 animais aparecem e o homem comete o feminicídeo.

  25. Ana disse:

    Concordo plenamento com tudo o que li aqui a respeito das comparações com O Iluminado.

    Eu também percebi que o diretor usou muito dos pensamentos de Marques de Sade, pois este em suas obras usava algo que foi chamado de algolagnia, ou seja, dor e gozo, permitindo o leitor experimentar os papéis de vítima e carrasco.

    Eu acredito que seja isso q acontece com a Charlotte…
    ela vive o gozo, o prazer, mas depois se depara com a dor, independente dela ser má ou não… E eu acho q ao decorrer do filme, para se afastar da dor, ela volta a recorrer ao gozo, em seus surtos de relação sexual com o marido.

    Há também o ar de Sade no fato de pervertir a imagem da mulher. Pois a maioria de suas pergonagens são para o apetite do homem e outras de pura crueldade. O que se encaixa perfeitamente em Charlotte.

    Penso isso.
    Abraços

  26. cinebuteco disse:

    Puxa Ana! Que ponto de vista interessante o seu! Gostei. Apareça mais ao CineButeco!

  27. Gabi disse:

    Oi Gente,

    Bom várias coisas.. eu acabo de ver o filme e senti inúmeras coisas ao decorrer dele, acredito que a beleza de um filme desses, como vcs disseram é dar margem a discussões e inúmeras interpretações.. e logo digitei no google “interpretações anticristo” para saber o que outros achavam além de mim! adorei o Blog e tudo q aqui li e desejo passar um pouco do meu olhar sobre o filme….

    antes disso, gostaria de deixar uma fala de um antigo professor de literatura que tem muito a ver com o q esse Blog está propciando:”a partir do momento em que um obra é publicada, ela deixa de pertencer ao autor no sentindo em que dá espaço para que cada leitor tenha sua própria interpretação e é exatamente isso que dá vida às obras.. pode ser que o autor não tivesse pretendido algo que achamos q sim, mas pouco importa agora… a beleza está nessa possibilidade de se criar diversos olhares em cima de uma única criação”

    Vamos lá, minhas colocações:

    p mim a questão da natureza no filme está muito ligada a uma idéia de que a natureza do homem é ser racional e a da mulher emotiva… enquanto a mulher vive a deriva de suas emoções, perdida em sentimentos, mais aberta a seguir seu coração.. o homem se prende, pelo menos tenta, ao lado racional, tem uma explicação para tudo, é como se as emoções, o deixar de lado o racional que deixassem que momentos de loucura acontecesse…. no filme, fica muito claro isso qdo ele propõe o exercício de que ele será a natureza e ela o racional… é como se ele tivesse uma noção de que a natureza da mulher por ser emotiva é maligna e que a cura para isso seria então a razão…. em outro momento ele fala que as mulheres eram mortas não por terem feito coisas “ruins”, mas sem motivos, coisas da Igreja… q motivos seriam esse? não literalmente, mas subjetivamente os mesmos motivos pelos quais ele matou ela no final…. ele mesmo sabendo que n era aconselhado que ele fosse quem a tratasse, ele acreditava ser o melhor p fazer isso… assim como a Igreja achava q seus idéias eram os mais certos.. acontece que ele foi perdendo o controle, ao invés de conseguir tratar a loucura da mulher, ele foi dominado por ela… como permitir que algo ou alguém dominem o melhor?? o mais certo?? isso é inadmissível então por isso deve-se por fim naquela vida, pq se ela tira do caminho q eu julgo certo, ela leva para o inferno então deve ser extinta…. as famosas bruxas, pagãs ameaçavam a Igreja, colocavam os próprios valores da Igreja em choque…. n escolho julgar qual lado estava certo ou falar o q é bom ou o q é mal…. mas a Igreja não queria perder seu poder, se muitos começassem a dar ouvidos as pagãs, a igreja poderia se enfraquecer ou mesmo por saber que tais pagãs falavam coisas q n eram absurdas, a igreja queria continuar n só fazendo com q o mundo vivesse em uma ilusão , como gostava de continuar vivendo naquela ilusão!!! afinal é mais fácil viver uma ilusão do q aceitar a realidade de que o ser humano, seja ele do sexo q for n é perfeito…. nosso lado racional muitas vezes faz com q nós n arrisquemos, n vivamos certas coisas, ele nos paraliza como mecanismo de segurança…. existem teorias q colocam q os loucos tem isso distorcido, como se n tivessem limites, seguissem suas emoções de uma forma a se perder totalmente nelas….. por outro lado, os loucos são aqueles capazes de fazer o q todos os outros temem, falam o q os outros tem medo de dizer, mostram de forma escancarada vários aspectos da natureza humana q nós julgamos ruins e tentamos esconder….

    nós homens criamos o bem e o mal, nós que decidimos achar algo belo e algo feio, algo bom e algo ruim… e muitos desses achometros estão ligados a época da Inquisição…. Charlotte é a personificação de muitas coisas q a Igreja julgava ruim, sexo, prazer, primar a si próprio em detrimento dos outros, falar na cara do marido tudo que sente e pensa sem ponderar palavras, violência, tortura, morte …. a Igreja julgava tudo isso como ruim, mas fazia as mesmas coisas, só q escondia, qtas pessoas n foram mortas ou torturadas? A palavra da Igreja era a certa, então era a única q podia ser manifestada a qualquer instante! sexo era feito as escondidas, sexo forçado ocorreu…..

    Se Charlotte era ou não malvada, acho q as indagações vão além disso, pq todo ser humano tem seu lado feio e seu lado belo, é bom e malvado, nós criamos essa dualidade .. a diferença é q uns manifestam mais q outros ou passam por situações q fazem com q eles passem a manifestar mais facilmente…. Charlotte com certeza tinha distúrbios psicológicos, alias o próprio marido possivelmente sabia disso, mas talvez foi exatamente isso q o fez sentir atração por ela, afinal ele estudava e procurava tratar a loucura, tinha um fascínio por ela….. louco é o q sai do que achamos certo, é uma perda de controle, um “n viver a realidade?”… mas sempre é a figura do louco aquela q é a mais sensata, talvez a mais real a q veja o q os outros n vejam!

    acredito q com esse filme nos faz enfrentar, indagar sobre grandes tabus da nossa sociedade, sobre nós mesmos, sobre a natureza humana, sobre razões e emoções, sobre certo e errado, sobre o ato em si de julgar e mesmo sobre a morte!

    pq matamos? qquer um pode matar? pq mentimos? pq nos auto enganamos? pq aceitamos as noções de bom e ruim da sociedade? pq temos medo de nós mesmos?

    p mim, a filme se passar na natureza e ter muitas cenas de nudes, tem uma relação direta com a questão de o homem (independentemente do sexo) em contato com a natureza acaba expressando, manifestando , relembrando a sua própria natureza, ele sai daquilo q chamamos de sociedade e civilização, tira tudo material q faz com q nós criemos uma realidade inventada e nos faz perceber q nossas criações sào de nossa natureza, n tem nda ao q vc culpar, vc está em sua essência, no contato direto com sigo mesmo!

    as mulheres q aparecem no final do filme p mim significam liberdade, como se com a morte de Charlotte todas aquelas mulheres tivessem sido libertadas… No momento que ele mesmo se perde nas emoções e mata a mulher, ele concretiza o q falou q a Igreja fazia, matar sem ter motivos…. obvio a Charlotte foi uma ameaça a vida dele, esse foi o motivo, mas ele como terapeuta sabia que loucos saiam de si, perdiam o tal controle…. só n percebia q ele tb podia perder o controle, e qdo ele perdeu esse controle ele mesmo seguiu emoções, foi nesse sentido “mulher”, libertou o lado emotivo dentro dele e por tabela a natureza feminina…..
    liberou a idéia de q tudo pode ser explicado em equações, q tudo pode ser controlado, até nos confundiu com a noção de certo e errado, afinal uns dizem q sempre é errado matar, outros q não… a morte é um dos maiores tabus no q se refere ao certo e errado, pode um ser humano tirar a vida de outro?

    nos tempos remotos o mundo era matriarcal….há um bom tempo vivemos em um mundo patriarcal q prima pelo racional, encobre emoções, q quer dar nome e palavras p tudo e ignora aquilo q n consegue exprimir, um mundo material em que dinheiro e trabalho tem muito valor, enquanto muito da subjetividade humana foi deixado de lado, achamos q dinheiro traz felicidade, mas esquecemos q um é materia o outro sentimento, n se compra amor…. tomar remédios só encobre os nossos reais sentimentos… e a essência? a essência humana foi esquecida, poucos de nós sabemos do q realmente gostamos ou p q achamos q gostamos pq todos dizem ser bons…. e por isso talvez tenhamos inconscientemente medo de nós mesmos, de redescobrir nossa essecia e de ver q ela n é bem aquela q a sociedade atual diz ou n ser boa…..

    n acho q o mundo matriarcal ou patriarcal sejam melhores ou piores , ou q emoção prima razão.. acredito que a natureza humana é uma mistura de tudo isso e q cada um em sua subjetividade pode encontrar as próprias noções do q é bom ou ruim p nós mesmos aos invés de aceitar o q o outro impões q seja bom….
    antes q perguntem, não eu ainda n descobri minha essência, ainda tenho q dezaprender muitas coisas, me desapegar de outras…. acho q a vida é uma busca por esse nosso eu, por aceitar quem somos, por nos livrar de julgamentos …

    pq disse tudo isso? pq esse filme despertou em mim todas essas palavras e sentimentos… assim como despertou algo em cada um dos q o viram e adoro compartilhar e trocar esses sentimentos e interpretações, alias, quanto mais diferentes forem umas das outras mais beleza vejo nisso tudo, afinal qual seria a graça de termos só pessoas iguais com os mesmos gostos, desejos e aflições….

    Falei demais, sorry…hehhe
    Gabi

  28. Gabi disse:

    ps: escrevi tanto com a emoção (o comentário acima) q só agora vi os inúmeros erros de ortografia, ops….

  29. Ernande disse:

    BOm, acabei de ver o filme e as cenas, que culminaram em interpretações pessoais da natureza humana, ainda estão na minha mente e, portanto, fui procurar no google algumas interpretações do filme e aí achei esse maravilhoso bate-papo. Não sei se um dia vcs já tiveram curiosidade de saber da filosofia satanista, que exalta as sensações humanas (luxúria, gula, egoísmo, etc.)como forma de se chegar ao ápice do prazer divino(o Homem sendo o próprio Deus), que também estão intrinscecamente ligadas a natureza. Dêem uma olhada e depois reflitam sobre as mensagens do filme. COncordo plenamente com os comentários feitos acima, o filme foi feito para atiçar nossa mente e repensarmos nossos comportamento. O filme traz, como dito acima uma visão hobbesiana de que o homem é o predador do homem e a natureza humana primata é má em sua essência. POdemos citar trechos do filme em que o egoísmo do ser humano como prazer individualista vale mais do que qualquer coisa, inclusive do que a vida alheia (a cena da mulher ter avistado seu filho pulando da janela e ter continuado inerte, pois não poderia parar seu gozo pela metade). O filme, ao mesmo tempo que é maravilhoso por alfinetar nossa razão e nos convidar a reflexão ele é assustador e diabólico em algumas mensagens que traz em seu bojo. Enfim, não quero explicar o filme, pois cada um encontrará seu sentido. Obrigado pela contribuição de todos Gabi,Ana, Diego, Marcos Vinícios, Dan etc

  30. Mi disse:

    Algumas poucas questões:

    – Tortura? Será que a mãe invertia os sapatos do bebê por tortura? Eu não sei, mas acho que não. Acho que há algum simbolismo escondido por ali.

    – Maldade? Ora, o marido, praticamente imperturbado pela morte do filho, tira a mulher do hospital e a faz “enfrentar seus medos”, contrariando os sentimentos e a razão dela. Ela já estava totalmente fragilizada e ele, com sua tentativa de tratamento (que é igual a controle, se pensarmos em Foucault), a enlouquece de vez.

    – Como dito anteriormente pela Gabi, o marido representa a racionalidade. Esta racionalidade, porém, falha perante o inexplicável. Mas, além disso, desencadeia o mal.

    Só vi este filme uma vez, agora há pouco. Então, ainda estou tentando entendê-lo. Porém, o que penso até agora: a Racionalidade tenta conter a Natureza, contrariando-a; porém, a Natureza reage, aniquilando e subvertendo esta Racionalidade através de sua força aterrorizante.

  31. cinebuteco disse:

    Olá Miriam,

    O mais interessante do filme Anticristo é que mesmo com tantos comentários no post, todo mundo conseguiu trazer algo novo, uma interpretação diferente. Aí, é que está o mérito de Lars von Trier em trazer uma obra tão aberta e instigante para os telespectadores.

  32. Tarilonte disse:

    Olá,
    Assisti o filme ontem e fiquei perturbado, no bom sentido, com tamanha profundidade alcançada pela obra.

    No frigir dos ovos, para mim, o filme não é sobre a natureza humana ser má ou boa, é sobre a natureza humana ser o que é. Bem e Mal são conceitos morais que em nada podem influenciar a natureza, e querer reduzir a condição humana a conceitos morais – como faz o cristianismo – é mutilar a experiência de existir.

    Para mim, esse é o conceito do anticristo, mostrar que tudo aquilo que é condenado e tipo como Mal pelo cristianismo não é nada mais do que a nossa natureza.

  33. Mary disse:

    Bom,

    Eu não assisti ao Iluminado – sei, é uma Heresia!!! Mas é porque quis ler o livro primeiro.

    Não sei se isso fica claro no filme, porém no livro há uma passagem onde demonstra um grande desequilíbrio de Jack durante um almoço em família, bem longe do Overlook. Acredito que há semelhança entre os personagens no fato de os dois serem mentalmente desiquilibrados e com tendências violentas, porém as abordagens dos filmes são diferentes. No caso de Charlotte, ela assume sua “maldade” (que eu particularmente chamaria de psicopatia) e usa a natureza (humana ou não) para justificá-la, isso é perceptível quando ela ameaça o marido logo que chegam à Eden, dizendo que ele não deveria ter ido. Na verdade não é a floresta que a enlouquece, mas é um lugar onde ela pode acessar seu mais alto nível de perturbação sem ser incomodada com a moralidade alheia. E ela não se sente mal por isso… Como não se sente maltratando o filho. Ela sente a morte dele mais pelo fato de ser julgada como relapsa do que por dor na consciência. Obviamente que existem momentos de lucidez onde ela sabe que está sendo “errada”, se pune, etc. mas na maior parte das vezes ela sente prazer se assumindo como “má”.

    No caso de Jack, ele é fraco, é descontrolado, e vai se deixando levar ao nível máximo de loucura… De qualquer forma, a maldade é inerente ao ser humano e uma coisa que entendi das duas obras é que existem aqueles que agem de acordo com a moral, aqueles que não, aqueles que são doentes. Os espíritos são, na verdade, nossas própria perurbações. Alguns conseguem se apegar aos seus vehos e bons valores enquanto outros se deixam levar… e ainda se justificam!

    E o sexo no caso do Anticristo, eu acho que representa a obsessão e o egoísmo mais do que aproximação entre ele e a maldade.

    Voltando a Dogville, Grace peca exatamente pelo oposto: ser imensamente tolarante, (Mas não seria o certo???) desrespeitando a si mesma, por isso a cena final em que ela se vinga é tão prazeiroza!!! Hummm… Ainda fico com Dogville.

    Encerrando, aredito que o que Von Trier mais gosta é de tirar de seus espectadores é exatamente isso que está acontecendo neste fórum: DISCUSSÕES SOBRE NÓS MESMOS!

    É isso!

    Abraços a todos!

  34. Wendell disse:

    Bom, assisti ao dois filmes.
    Não lembrei, ‘nem de leve’, de ‘O iluminado’, quando assisti ‘Anticristo’…
    O filme, é muito bem feito.
    Contudo, ‘O iluminado’, é clássico. Acho ele melhor, porque roda mais rápido que ‘Anticristo’, que por sua vez, é devagar, e às vezes tediante. Depois é que a trama se desenrola com mais entusiasmo.

  35. […] 1º lugar Anticristo: Que tal transformar sua depressão em filme? Foi isso que o diretor Lars von Trier fez e acertou em cheio. A conclusão do filme fica por sua conta. Saiba mais. […]

  36. kit disse:

    mais uma semelhança: ambos tentam machucar ou machucam seus cônjuges no auge da loucura.

  37. oembasbacado disse:

    As postagens sobre Anticristo não param de render comentários, hein…

    Abraços,
    Renan

  38. Caren disse:

    eu não li todos os comentários, mas eu concordo. pensei na mesma coisa é até escrevi. acho os dois diretores distantes mas que se unem em algum ponto, se for perceber é uma mistura de “o iluminado” e laranja mecânia”. o que denuncia que ela não é má por natureza é um detalhe: ele diz que ela não pode desenvolver nada que não tenha dentro dela. Os sapatos da criança comprovam que isso poderia se desenvolver, ela fazia as coisas fora de si. acreditar em espíritos externos é uma possibilidade, eu prefiro crer na fragilidade da razão e, acreditem, estamos muito perto de perdê-la, todos os dias. eu também acho que se faz uma relação com a maldade humana, mas quem faz isso é ela, quando passa a observar que uma semente morre para uma planta nascer. ela passa a observar e a sentir isso e a se entregar a esse tipo de observação. ela poderia ter continuado viva se matasse aquilo que estava dentro dela, mas, como em tempos de fogueira, a loucura a condenou. como ela pesquisava isso, vejo muito mais assim: os tempos em que a loucura era considerada possessão, em todos os casos, como muitos crêem até hoje. milhares de mulheres foram queimadas por isso. talvez por um homem. um só.

  39. Cleycianne disse:

    Acho esse filme, o anticristo muito satânico! Apenas aparece fornicação é mais fornicação! Iluminado é MAS!

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